Energia Eólica pode impulsionar carro elétrico
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Energia Eólica |
Estudo feito por pesquisadores da Coppe/UFRJ aponta que o grande volume de parques eólicos previstos para entrar em operação nos próximos anos pode provocar excedente de oferta na região Nordeste nos horários em que a demanda é muito baixa. Os engenheiros Bruno Soares Borba, Alexandre Szklo e Roberto Schaeffer sugerem que o uso de carros elétricos, abastecidos apenas nesses períodos, poderia regular o sistema e adiar investimentos em transmissão, além de evitar a paralisação das usinas.
Segundo os autores do estudo, a tendência é que o parque gerador brasileiro fique mais inflexível nos próximos anos. Além da entrada em operação de pelo menos 6 GW eólicos até 2014, a maior parte no Nordeste, estão previstas grandes hidrelétricas sem reservatório, como Belo Monte (11.233 MW), Jirau (3.300 MW) e Santo Antônio (3.150 MW), na região Norte.
Em caso de a produção maior que o consumo, a opção mais simples seria desligar as eólicas. Entre as alternativas para evitar o problema estão reforçar o sistema de transmissão para o Sul/Sudeste, investir em armazenamento ou nos carros elétricos.
Os pesquisadores calcularam que seria suficiente uma frota de 500 veículos, em 2015, e de 1,5 milhão de carros, em 2030, para evitar o desbalanceamento entre oferta e demanda no Nordeste. O ideal, afirmam, é criação de uma frota governamental, para garantir que fosse abastecida apenas durante a madrugada e nos horários de menor consumo.
“Se o uso for feito de forma aleatória, não há como controlar se o veículo será abastecido fora do horário de pico, a não ser com smart grid, que tenha tarifas diferentes por horário. Se a frota for governamental, podemos adiar esses investimentos e estimular o uso dos carros elétricos”, diz.
Os pesquisadores propõem que os veículos sejam híbridos e usem eletricidade nos seis meses em que há maior produção nos parques eólicos. Nos restantes, usariam etanol. “Algumas pessoas pensam que o carro elétrico deve substituir o etanol, mas acredito que devem ser usados juntos. O regime de ventos é complementar ao da safra de cana-de-açúcar, principalmente na região Nordeste.”
Por: Felipe Grandin
Fonte: Portal EnergiaHoje
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