Para Ford, “Cliente pode ter o carro que quiser, se for verde”
Estratégia da companhia é investir em novas fontes de energia, materiais recicláveis e motores mais leves.
Já faz parte da história a frase do legendário Henry Ford, fundador do império automobilístico, de que o cliente poderia ter o carro da cor que quisesse, desde que fosse preto, referindo-se ao fato de que essa cor era mais barata, secava mais rápido e os carros poderiam ser montados mais rapidamente.
Bill Ford, atual presidente do conselho da montadora, costuma parodiar o bisavô para mostrar que os tempos são outros: "O cliente pode ter o carro que quiser, desde que seja verde", comenta.
A história foi contada por Rogélio Golfarb, diretor de Assuntos Corporativos e Comunicação para América do Sul da montadora esta semana, durante o 1º Seminário Ford de Sustentabilidade em São Paulo, que apresentou a importância do tema na estratégia global da montadora.
"Se quisermos permanecer mais cem anos entre as maiores do mundo, temos que trabalhar nessa direção", disse John Viera, diretor global de Sustentabilidade, Meio Ambiente e Segurança da Ford, no seminário.
Isso significa, do ponto de vista da Ford, investir em várias frentes. A mais vistosa são os caros elétricos, entre os quais o Fusion Hybrid, único veículo híbrido comercializado regularmente no mercado brasileiro atualmente.
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Ford Fusion Hybrid |
"Trouxemos esse modelo pelo pioneirismo no país e para reforçar nosso compromisso com a sustentabilidade", disse o presidente da Ford para o Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira.
Ele acrescenta que esse nicho ainda é irrisório por aqui mas o lançamento no ano passado teve objetivo didático claro de familiarizar os motoristas com a nova tecnologia.
A versão é o primeiro veículo da crescente frota de híbridos, híbridos plug-in e totalmente elétricos que a marca está programando para serem lançados na América do Norte e Europa nos próximos anos, como o Ford C-Max Energy, o primeiro híbrido elétrico "plug-in" (PHEV) e o Ford C-MAX Hybrid. Mas na estratégia da companhia, os carros elétricos não serão os únicos da nova geração de automóveis "da cor verde".
"A escolha da matriz energética depende do país", disse Golfarb. "Nos próximos 30 anos vamos vivenciar uma diversidade de fontes de energia que vão do petróleo tradicional, passam pela eletricidade, etanol, biodiesel e gás natural. O cliente escolhe o que for mais vantajoso."
Novos materiais
A Ford no Brasil investe em novos materiais que, além de serem reciclados, tornam o veículo mais leve e, portanto, capaz de consumir menos combustível. Atualmente 85% dos componentes de um carro da marca podem ser reciclados, na confecção de itens como painéis, carpetes e estofados, que revestem o interior do veículo.
Além disso, a montadora desenvolve uma nova geração de motores com bloco e cabeçote de alumínio e 16 válvulas de duplo comando variável, destinado a obter mais eficiência tanto em etanol como a gasolina.
O desafio agora, de acordo com Viera, é colocar todas essas tecnologias a serviço da população e diminuir o custo. Viera acrescenta que é preciso também pensar também em mobilidade. A Ford sabe que no futuro, não será mais possível vender carros como hoje, pois as cidades estarão abarrotadas.
Por isso, já pensa em novas oportunidades de serviços que aliem todos os tipos de transporte em uma rede de forma que uma complemente a outra com troca de informações. Na sua opção pelos veículos verdes, Bill Ford está à frente da iniciativa.
Por: Martha San Juan França e Michele Loureiro
Fonte: Brasil Econômico
A meu ver, se há uma intenção em reduzir o peso dos motores, poderiam reconsiderar o uso de motores 2-tempos. A própria Ford chegou a participar de projetos envolvendo motores 2-tempos de injeção direta em parceria com a empresa australiana Orbital Engines.
ResponderExcluirhttp://cripplerooster.blogspot.com/2011/03/motores-2-tempos-uma-opcao-que-vem.html