Plano do governo deixa carros elétricos sem benefícios
Abastecer um carro a gasolina é dez vezes mais caro que carregar um modelo elétrico.
Apesar disso, esses veículos não foram contemplados pelo programa federal Inovar Auto, lançado neste mês e que tem como uma das principais medidas dar benefícios fiscais em troca de maior eficiência energética.
Por ainda não ter categoria própria na tabela de impostos da Receita Federal, os carros elétricos são tributados como "outros", e sobre eles incidem 25% de IPI. Para os importados, há ainda 35% de alíquota de Tarifa Externa Comum. Automóveis convencionais 1.0 pagam 7% de imposto e, se cumprirem metas de redução de consumo, podem ter essa alíquota diminuída.
"Os veículos elétricos não são os carros do futuro, são os carros do presente. Estamos prontos para abastecer o mercado brasileiro de unidades elétricas", diz Fábio Maggion, supervisor de planejamento estratégico da Mitsubishi no Brasil.
Segundo ele, um fator que impede a expansão é o preço. "E isso é culpa dos altos impostos." De fato, um modelo não sai por menos de R$ 200 mil. São vendidos hoje somente por encomenda e há menos de cem unidades no país, a maior parte utilizada por empresas de energia.
PREÇO SALGADO
Uma mudança tributária já aliviaria a diferença. Maggion calcula que, sem impostos, o custo de um i-MiEV (modelo elétrico da Mitsubishi) seria de R$ 90 mil, em vez de R$ 200 mil. Nos EUA, o carro sai por US$ 20 mil (R$ 40 mil).
Se o preço do elétrico fosse competitivo, a vantagem de custo seria imbatível.
Enquanto carros a gasolina gastam aproximadamente R$ 31,20 de combustível para rodar 120 km --considerando rendimento de 10 km/litro e R$ 2,60 por litro--, veículos movidos a eletricidade gastam pouco mais de um décimo da quantia, R$ 3,20, para percorrer a mesma distância.
Com o gasto para percorrer 120 km em um carro a gasolina, seria possível reabastecer o carro elétrico dez vezes e andar até 1.170 km.
A maioria dos carros elétricos no Brasil foi produzida pela Fiat e pela Itaipu Binacional. O projeto, lançado em 2006, já produziu 50 modelos Palio Weekend Elétrico e pretende lançar mais 70 novas unidades até 2014.
Diferentemente de outras montadoras, que importam os modelos elétricos, a Fiat produz os carros localmente. Motor, bateria e carregadores são importados, mas são montados na sede da Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR).
Segundo Leonardo Cavaliere, supervisor de veículos especiais da Fiat, a primeira leva de carros foi destinada às empresas do ramo de energia, que usam os veículos para realizar testes em suas próprias redes.
Cavaliere tem opinião contrária da de outros representantes de montadoras. Para ele, a culpa dos preços é da falta de investimento em produção nacional dos elétricos.
"Por que o governo daria incentivos para uma indústria que importa todos os carros e não contribui para a criação de renda no país? Temos de investir em produção local antes de pedir incentivos", conclui.
Mesmo produzidas no Brasil, as unidades custarão entre R$ 200 mil e R$ 250 mil, já que bateria, motor e carregadores são importados e as partes mais caras dos veículos elétricos.
Por: Daniel Lomonaco, Leonardo Vieira e Miguel Martins
Fonte: Folha de São Paulo
Apesar disso, esses veículos não foram contemplados pelo programa federal Inovar Auto, lançado neste mês e que tem como uma das principais medidas dar benefícios fiscais em troca de maior eficiência energética.
Por ainda não ter categoria própria na tabela de impostos da Receita Federal, os carros elétricos são tributados como "outros", e sobre eles incidem 25% de IPI. Para os importados, há ainda 35% de alíquota de Tarifa Externa Comum. Automóveis convencionais 1.0 pagam 7% de imposto e, se cumprirem metas de redução de consumo, podem ter essa alíquota diminuída.
"Os veículos elétricos não são os carros do futuro, são os carros do presente. Estamos prontos para abastecer o mercado brasileiro de unidades elétricas", diz Fábio Maggion, supervisor de planejamento estratégico da Mitsubishi no Brasil.
Segundo ele, um fator que impede a expansão é o preço. "E isso é culpa dos altos impostos." De fato, um modelo não sai por menos de R$ 200 mil. São vendidos hoje somente por encomenda e há menos de cem unidades no país, a maior parte utilizada por empresas de energia.

PREÇO SALGADO
Uma mudança tributária já aliviaria a diferença. Maggion calcula que, sem impostos, o custo de um i-MiEV (modelo elétrico da Mitsubishi) seria de R$ 90 mil, em vez de R$ 200 mil. Nos EUA, o carro sai por US$ 20 mil (R$ 40 mil).
Se o preço do elétrico fosse competitivo, a vantagem de custo seria imbatível.
Enquanto carros a gasolina gastam aproximadamente R$ 31,20 de combustível para rodar 120 km --considerando rendimento de 10 km/litro e R$ 2,60 por litro--, veículos movidos a eletricidade gastam pouco mais de um décimo da quantia, R$ 3,20, para percorrer a mesma distância.
Com o gasto para percorrer 120 km em um carro a gasolina, seria possível reabastecer o carro elétrico dez vezes e andar até 1.170 km.
A maioria dos carros elétricos no Brasil foi produzida pela Fiat e pela Itaipu Binacional. O projeto, lançado em 2006, já produziu 50 modelos Palio Weekend Elétrico e pretende lançar mais 70 novas unidades até 2014.
Diferentemente de outras montadoras, que importam os modelos elétricos, a Fiat produz os carros localmente. Motor, bateria e carregadores são importados, mas são montados na sede da Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR).
Segundo Leonardo Cavaliere, supervisor de veículos especiais da Fiat, a primeira leva de carros foi destinada às empresas do ramo de energia, que usam os veículos para realizar testes em suas próprias redes.
Cavaliere tem opinião contrária da de outros representantes de montadoras. Para ele, a culpa dos preços é da falta de investimento em produção nacional dos elétricos.
"Por que o governo daria incentivos para uma indústria que importa todos os carros e não contribui para a criação de renda no país? Temos de investir em produção local antes de pedir incentivos", conclui.
Mesmo produzidas no Brasil, as unidades custarão entre R$ 200 mil e R$ 250 mil, já que bateria, motor e carregadores são importados e as partes mais caras dos veículos elétricos.
Por: Daniel Lomonaco, Leonardo Vieira e Miguel Martins
Fonte: Folha de São Paulo
Cavaliere da Fiat tem razão: ''Temos de investir em produção local antes de pedir incentivos"...
ResponderExcluire gerar empregos aqui, que isso fique bem claro.
Produção local só dará certo quando alguma concorrente de fora se instalar aqui, acredito que pelo menos um incentivo temporario de 5 anos é necessario para dar inicio a popularização. O governo acha que pode impedir a inovação, contudo mais cedo ou mais tarde ela chega, nem que seja por iniciativas como a dos taxis eletricos de SP, que foi um bela tapa na cara do governo federal.
ResponderExcluirEstou convicta que mudanças sustentáveis na área de mobilidade urbana verde só serão possíveis através de uma ação em conjunto do poder público,
ResponderExcluiriniciativa privada, como bancos, e empresas. Muito interessante as soluções propostas pela empresa Siemens, na área de carros elétricos e mobilidade verde. Vale a pena dar uma lida.
http://www.siemens.com.br/desenvolvimento-sustentado-em-megacidades/mobilidade.html
Alessandra Ribeiro