Carro elétrico não oferece risco em caso de inundação


Bombeiros, polícia, defesa civil e demais pessoas ligados ao serviço de socorro não raro se perguntam sobre os riscos de veículos elétricos preso em inundações. Vez por outra, grandes tempestades inundam as ruas das cidades e deixam carros completamente submersos. Nestes casos, as pessoas no interior do veículo ou nas proximidades correm risco de vida? Irão levar choque? Segundo o diretor de relações institucionais e governamentais da Renault Nissan, Antônio Calcagnotto, essa é uma preocupação desnecessária, pois as baterias mais modernas e que equipam os veículos de produção em massa são blindadas e equipadas com dispositivos que impede o vazamento da energia acumulada.

“A energia fica retida nas baterias, da mesma forma como a gasolina, álcool ou diesel ficam retidos no tanque do veículo a combustão” exemplifica Calcagnotto. Celso Novais, assessor de Mobilidade Elétrica Sustentável da Itaipu Binacional, garante que não há razão para preocupação neste quesito, pois os riscos de algo não funcionar como previsto é muito baixo. Além disso, atualmente os carros a combustão são equipados com bobinas que chegam a tensão de 20 mil volts ou mais. E quando são inundados, ninguém é afetado.

Solução alemã para aumentar autonomia dos VEs pode ser adotada no Brasil
Tanto Calcagnotto quanto Celso chamam atenção para o fato de que os grandes fabricantes colocam a segurança em primeiro plano, e investem muito dinheiro em pesquisa. Porém,o consumidor e os órgãos de controle devem estar sempre atentos, pois como o mercado de mobilidade elétrica é incipiente e dinâmico poderá surgir produtos e adaptações que não ofereçam a segurança desejada.

Perguntado se a solução de rebocadores utilizada pela eBuggy na Alemanha para dar mais autonomia aos veículos elétricos poderia ser utilizado no Brasil, Calcagnotto, diz ser uma ideia criativa, mas precisa saber se o consumidor vai se adaptar. Para ele, assim como os grandes caminhões não circulam nas cidades, os carros elétricos não devem, no início, ter o seu uso nas rodovias,limitando-se aos grandes centros urbanos. No entanto, se tiver que investir para que os VEs ganhem as estradas, ele defende o modelo de postos de abastecimento rápido, adotado na Europa e,principalmente, Portugal.

Sobre os planos da mobilidade elétrica da Renault, Calcagnotto enfatizou que a aliança Renault-Nissan conta com sólidos projetos de mobilidade elétrica. Atualmente, já são cinco modelos a venda: Leaf, Kangoo Z.E, Fluence Z.E., Twizy, ZOE e não demora muito e eles serão ampliados.

Expansão da mobilidade elétrica poderá criar primeira montadora brasileira
Sobre o Inovar-auto ele diz não ter dúvidas de que o governo brasileiro irá criar algo específico para a mobilidade elétrica, pois não se pode conceber um mercado tão importante como o brasileiro ficar fora deste segmento.

A expansão do mercado de mobilidade elétrica poderá criar a primeira montadora de carros nacional? Para Calcagnotto, dificilmente isso correrá no caso dos automóveis.Porém, não descarta a possibilidade do surgimento de indústrias domésticas para outros tipos de veículos elétricos. E o Brasil só tem a ganhar com a expansão da mobilidade elétrica, principalmente agora que já se sabe que a matéria-prima para produção de baterias de lítio é abundantes em várias partes do nosso planeta.

Para ele, a mobilidade elétrica no Brasil vai se expandir mais rapidamente nos transportes públicos e alternativos e somente depois os veículos de passageiros. No entanto, a aliança Renault-Nissan não quer saber de perder tempo e já possui projetos de parceria para desenvolvimento da mobilidade elétrica envolvendo smart gride com concessionárias de energia elétrica e governos. Como é o caso dos táxis em São Paulo. Sem entrar em detalhes, revelou que em Curitiba e Foz do Iguaçu há projetos de parceria em estágio adiantado de negociação.

Em 2011, o Brasil tornou-se o segundo maior mercado do mundo para o Grupo Renault. A montadora é a que mais cresceu no segmento este ano – até setembro, a marca já registra 36,2% de crescimento em relação a 2011, enquanto o mercado alcançou 5,5% no mesmo período.

“Essa posição nos leva a buscar ferramentas cada vez mais eficazes para sedimentar uma base sólida de crescimento sustentável capaz de associar rentabilidade à responsabilidade socioambiental”, afirmou Olivier Murguet, Presidente da Renault do Brasil e do Instituto Renault durante o 27° Salão do Automóvel em São Paulo.

Evaldo Costa
Escritor, conferencista e Diretor do Instituto das Concessionárias do Brasil
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