Mercado de veículo elétrico evoluiu e pode tornar nossas cidades mais inteligentes
João Carro Aderaldo é vice-presidente da Unidade de Negócios Partner da Schneider Electric do Brasil |
Os veículos elétricos são mais econômicos e ambientalmente mais amigáveis do que os tradicionais. Com emissões nulas de gás e de partículas e operação extremamente silenciosa, oferecem uma alternativa promissora para o setor de transportes do futuro. Estudo realizado na Europa apontou que o carro elétrico é mais sustentável que o veículo com motor de melhor desempenho. Sabe-se que os meios de transporte motorizados são hoje responsáveis por quase 25% da demanda mundial de energia e contribuem em igual porcentagem para a emissão de gases de efeito estufa. Esse quadro preocupa ainda mais quando lembramos que a demanda de energia deve dobrar até 2050, enquanto as emissões de dióxido de carbono precisam cair pela metade.
Obviamente, que vários fatores condicionam o sucesso dos veículos elétricos e, no topo da lista, está a infraestrutura de recarga. A segurança é, talvez, a maior preocupação dos consumidores – é possível carregar os veículos em casa evitando riscos elétricos e outros perigos? A resposta é sim. A indústria já evoluiu muito e os usuários de veículos elétricos já contam com soluções inovadoras para gestão segura, confiável e rentável da sua energia. Tanto é verdade que a Estônia, um pequeno país báltico com pouco mais de 1 milhão de habitantes, foi o primeiro a implantar uma rede nacional de recarga de carros elétricos. A própria indústria automobilística tem ajudado a alavancar os serviços, promovendo verificação da instalação elétrica da casa dos clientes, assim como fornecimento e montagem do ponto para reabastecimento do veiculo de forma a possibilitar mais segurança e rapidez do carregamento das baterias, tanto em casa quanto no escritório.
As soluções de smart grid também facilitam a integração dos veículos elétricos, principalmente no que diz respeito a custos, outra preocupação dos consumidores, por permitir que o carregamento ocorra fora dos períodos de pico, otimizando o processo, mitigando a necessidade de estações de energia adicionais e de reforço na capacidade de transmissão e sistema de distribuição para atender a uma carga maior. Assim, também ajudam a minimizar as emissões de CO2 ocorridas na geração de eletricidade.
Para o futuro, especula-se, ainda, que os carros elétricos poderão ser usados como dispositivos de armazenamento de energia para distribuição, isto é, será possível utilizar a energia elétrica disponível na bateria para alimentar o sistema quando necessário ou até para uso no interior da casa ou do escritório. Como ficam estacionados, em média, 95% do tempo, esta seria mais uma alternativa para reduzir os custos do sistema de energia elétrica, bem como os impactos no meio ambiente. Para o sucesso deste segmento, será necessário investir ainda mais na estabilidade do sistema e na diminuição de custos com energia.
Até 2015, cerca de 2,7 milhões de veículos elétricos ganharão as ruas no mundo todo. Espera-se que o Brasil assuma uma posição condizente com a importância que dá para a sustentabilidade. Tudo indica que, além de políticas e incentivos públicos, falta hoje informação ao consumidor, que certamente tem interesse em tornar a mobilidade urbana das nossas metrópoles mais inteligente e sustentável, o que contribuirá significantemente para a qualidade de vida dos seus cidadãos.
João Carro Aderaldo é vice-presidente da Unidade de Negócios Partner da Schneider Electric do Brasil
Fonte: Segs.com.br - Portal Nacional
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