Brasil no rumo da mobilidade verde
O mercado de veículos elétricos no Brasil começa 2014 em rota de
evolução. E essa evolução abrange todos os elos dessa cadeia: desde
veículos leves, que são os carros de passeio e utilitários, os super
leves e levíssimos, como motos, bicicletas, patins, skates, cadeiras de
rodas e triciclos, os pesados, como é o caso dos ônibus – urbanos e
rodoviários - e trens, os componentes, como peças, equipamentos e novas
tecnologias e, por fim, a infraestrutura, que abrange a produção e
distribuição de energia. Nunca se falou tanto nesses assuntos por aqui,
tanto é que, cada vez mais, o tema ganha espaço na pauta do Governo
Federal.
Este espaço é necessário quando olhamos para os números divulgados pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Segundo o órgão, a frota de carros elétricos no ano passado era de 2,2 mil unidades. Número expressivo considerando as condições desfavoráveis em relação aos incentivos para a compra desses modelos, uma vez que, por enquanto, não produzimos tais modelos. Isso impacta negativamente neste mercado, porque torna o valor inacessível ao público e emperra a sua popularização.
A pressão exercida por esse crescimento começa a surtir
efeito. Conforme anuncio da Associação Nacional dos Fabricantes dos
Veículos Automotores (Anfavea), a tendência é que o país receba
incentivos para a difusão da categoria neste 1º semestre. Na proposta
consta a redução do IPI, a nacionalização dos componentes e o início da
produção no país.
Antes do anúncio, é certo dizer que o setor dos veículos elétricos no Brasil está em evolução. Acompanhamos a movimentação das montadoras em seguir nesse ritmo. A BMW planeja inaugurar sua primeira unidade no Brasil no 2º semestre desse ano, com foco na fabricação de modelos “verdes”. Já a Renault ainda não fabrica elétricos por aqui, mas possui parcerias com empresas brasileiras, como a Itaipu Binacional, a CPFL e a Natura, e fornece a elas os seus modelos elétricos para utilização em serviço.
Cidades como São Paulo e Rio e Janeiro já adotaram modelos híbridos por meio de empresas de táxi. Curitiba também implantou modelos Eco-elétrico para a locomoção de policiais da Guarda Civil Metropolitana e do Instituto Curitiba de Turismo e Setran (Secretaria Municipal de Trânsito).
Deve-se enfatizar a importância da aprovação dos incentivos fiscais para o transporte público, já que os modelos de ônibus híbridos e 100% elétricos, que já circulam em várias cidades do Brasil, reduzem a porcentagem de emissões. Isso sem contar as motos elétricas, silenciosas, eficientes e que rodam distâncias satisfatórias com uma simples recarga.
Além da redução de impostos, especialistas e executivos questionam a falta de infraestrutura brasileira em postos de recarga. Pontos importantes quando enxergamos as possibilidades de expansão deste mercado. Em uma tentativa de combinar o anúncio do pacote de incentivos a outras medidas para um crescimento homogêneo deste segmento, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que obrigará as concessionárias de energia brasileiras a instalarem pontos de recarga em estacionamentos públicos.
A notícia foi bem vinda, já que o projeto, que ainda precisa ser aprovado pelo Senado e regulado no Executivo, diminuirá a lacuna que temos em infraestrutura de recarga, em comparação com mercados como o europeu. Mais do que isso, não permitirá que o país fique defasado nas mudanças previstas para o setor de transporte urbano, especialmente as apresentadas pela indústria automobilística para reduzir emissões.
Nessa questão, a CPFL, empresa de distribuição de energia que atua no Estado de São Paulo, sai na frente. A companhia anunciou a criação de 100 postos de recarga destinados aos carros elétricos, antecipando-se ao que deve ser tendência nos próximos anos.
Chegou a nossa vez. Está provado que existe interesse em difundir os elétricos por aqui. Há demanda, receptividade da população, iniciativa das montadoras e vontade política para estimular este mercado, o que elevará o país a um patamar de destaque na questão da mobilidade verde em um futuro próximo.
Ampliar o debate sobre os veículos elétricos de modo geral, suas vantagens e desafios que ainda o rodeiam se faz necessário a cada ano. E eventos como a 10ª Edição do Salão Latino Americano de Veículos Elétricos, Componentes e Novas Tecnologias, que será realizado nos dias 4, 5 e 6 de setembro, em São Paulo, prometem trazer à tona essas discussões.
Por: Ricardo Guggisberg, diretor do Salão Latino Americano de Veículos Elétricos, Componentes e Novas Tecnologias
Fonte: Diário da Manhã
Este espaço é necessário quando olhamos para os números divulgados pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Segundo o órgão, a frota de carros elétricos no ano passado era de 2,2 mil unidades. Número expressivo considerando as condições desfavoráveis em relação aos incentivos para a compra desses modelos, uma vez que, por enquanto, não produzimos tais modelos. Isso impacta negativamente neste mercado, porque torna o valor inacessível ao público e emperra a sua popularização.
Antes do anúncio, é certo dizer que o setor dos veículos elétricos no Brasil está em evolução. Acompanhamos a movimentação das montadoras em seguir nesse ritmo. A BMW planeja inaugurar sua primeira unidade no Brasil no 2º semestre desse ano, com foco na fabricação de modelos “verdes”. Já a Renault ainda não fabrica elétricos por aqui, mas possui parcerias com empresas brasileiras, como a Itaipu Binacional, a CPFL e a Natura, e fornece a elas os seus modelos elétricos para utilização em serviço.
Cidades como São Paulo e Rio e Janeiro já adotaram modelos híbridos por meio de empresas de táxi. Curitiba também implantou modelos Eco-elétrico para a locomoção de policiais da Guarda Civil Metropolitana e do Instituto Curitiba de Turismo e Setran (Secretaria Municipal de Trânsito).
Deve-se enfatizar a importância da aprovação dos incentivos fiscais para o transporte público, já que os modelos de ônibus híbridos e 100% elétricos, que já circulam em várias cidades do Brasil, reduzem a porcentagem de emissões. Isso sem contar as motos elétricas, silenciosas, eficientes e que rodam distâncias satisfatórias com uma simples recarga.
Além da redução de impostos, especialistas e executivos questionam a falta de infraestrutura brasileira em postos de recarga. Pontos importantes quando enxergamos as possibilidades de expansão deste mercado. Em uma tentativa de combinar o anúncio do pacote de incentivos a outras medidas para um crescimento homogêneo deste segmento, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que obrigará as concessionárias de energia brasileiras a instalarem pontos de recarga em estacionamentos públicos.
A notícia foi bem vinda, já que o projeto, que ainda precisa ser aprovado pelo Senado e regulado no Executivo, diminuirá a lacuna que temos em infraestrutura de recarga, em comparação com mercados como o europeu. Mais do que isso, não permitirá que o país fique defasado nas mudanças previstas para o setor de transporte urbano, especialmente as apresentadas pela indústria automobilística para reduzir emissões.
Nessa questão, a CPFL, empresa de distribuição de energia que atua no Estado de São Paulo, sai na frente. A companhia anunciou a criação de 100 postos de recarga destinados aos carros elétricos, antecipando-se ao que deve ser tendência nos próximos anos.
Chegou a nossa vez. Está provado que existe interesse em difundir os elétricos por aqui. Há demanda, receptividade da população, iniciativa das montadoras e vontade política para estimular este mercado, o que elevará o país a um patamar de destaque na questão da mobilidade verde em um futuro próximo.
Ampliar o debate sobre os veículos elétricos de modo geral, suas vantagens e desafios que ainda o rodeiam se faz necessário a cada ano. E eventos como a 10ª Edição do Salão Latino Americano de Veículos Elétricos, Componentes e Novas Tecnologias, que será realizado nos dias 4, 5 e 6 de setembro, em São Paulo, prometem trazer à tona essas discussões.
Por: Ricardo Guggisberg, diretor do Salão Latino Americano de Veículos Elétricos, Componentes e Novas Tecnologias
Fonte: Diário da Manhã
Nenhum comentário: