Sindicato quer carro elétrico em São Bernardo do Campo
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Grande ABC - Rafael Marques |
Estimular a produção de veículos elétricos e híbridos no País para beneficiar o setor automotivo da região e garantir a produção de 3.000 unidades ao ano a partir de 2016 em São Bernardo. Este foi o objetivo do Sindicato dos Metalúrgicos do Grande ABC ao entregar à presidente Dilma Rousseff estudo sobre o segmento e seus benefícios.
Conforme explicou o presidente do sindicato, Rafael Marques, que também preside o conselho diretor da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, as principais sugestões do estudo são para desonerações de imposto de importação e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) aos automóveis elétricos e híbridos fabricados no País.
“O estímulo gerado pela desoneração do imposto de importação facilitaria a entrada das peças, que ainda não são fabricadas por aqui”, observou Marques. Desta maneira, como a ideia é atuar dentro do Programa Inovar Auto, que prevê nacionalização da maior parte das peças e componentes dos veículos produzidos no Brasil, as companhias de autopeças da região também evoluiriam para atender esse novo segmento. Como consequência, se adequariam à demanda global, estando aptas para fornecer aos mercados de outros países.
No caso do IPI reduzido para esse tipo de veículo, tal benefício estimularia a venda dos carros, que teriam valores pouco reduzidos. “Isso porque no começo, como provavelmente não haverá tanta escala de produção, os preços ainda serão elevados, e os veículos atenderão os consumidores de alta renda que estão preocupados com o meio ambiente e as frotas de empresa e de governos”, explicou Marques. Com o desenvolvimento da cadeia, estima o representante sindical, os preços cairiam aos poucos.
“Essas medidas devem entrar em vigor agora. Neste ano ainda”, disse Marques. Isso é essencial para que sua expectativa se torne realidade, de que a fábrica da Toyota, de São Bernardo, implante linha de produção de veículos elétricos e híbridos para iniciar as atividades em 2016.
Marques calcula que, no começo, cerca de 3.000 unidades sairiam da fábrica da região da montadora japonesa, que hoje conta com 1.300 funcionários e, até o fim do ano, com a mudança dos escritórios para a cidade, como é previsto, chegará a 1.500. A produção atual é apenas de autopeças. Com o novo setor, seriam gerados, aproximadamente, 300 empregos diretos, projeta o presidente do sindicato.
Caso a Toyota retome a produção de veículos na fábrica de São Bernardo, ela interrompe intervalo de 15 anos sem fabricar automóveis na unidade, inaugurada em novembro de 1962.
REFLEXO - Marques está otimista em relação à postura que o governo federal deverá tomar em relação aos veículos elétricos e híbridos. Para ele, caso o governo, por MP (Medida Provisória), coloque estímulos em vigor e a Toyota realmente inicie a produção de veículos ecologicamente corretos em São Bernardo, toda a cadeia vai se mexer.
“Hoje, por enquanto, não temos notícias de que as demais montadoras estão pensando nisso”, destacou Marques. Porém, sua previsão é de que, ao ver uma concorrente entrar no novo mercado, as outras empresas instaladas na região, como a General Motors, Volkswagen e Ford, mais direcionadas a produção de automóveis leves, corram atrás do prejuízo.
ESTIMATIVA - Em junho de 2012, a Nissan do Brasil fechou parceria com a prefeitura de São Paulo e com a concessionária AES Eletropaulo para iniciar os testes do Nissan Leaf na Capital com taxistas. A iniciativa pioneira tinha como objetivo adequar o veículos elétrico às características brasileiras. E, conforme apurou a equipe do Diário na época, a previsão da montadora, como também da Mitsubishi, era de que até o meio de 2017 o mercado nacional teria carros ecologicamente corretos disponíveis no mercado de consumo comum.
Fonte: Pedro Souza
Fonte: Diário do Grande ABC
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