Uso de níquel em carros deve triplicar à medida que Tesla impulsiona vendas

Posto de Carregamento Tesla

A demanda por níquel na indústria automotiva deve triplicar em cinco anos à medida
que a produção de carros elétricos e híbridos acelera, de acordo com o maior produtor do metal da Rússia.

“Os carros híbridos e elétricos aumentam a demanda pelo níquel”, disse Anton Berlin, diretor de marketing estratégico da OAO GMK Norilsk Nickel, em umaentrevista, em Moscou. “Ela vai crescer porque muitas empresas automotivas, como a Tesla Motors, têm planos bastante ambiciosos para o
futuro”.

Os veículos elétricos e híbridos estão se tornando cada vez mais uma alternativa de baixo custo para os consumidores, pois suas baterias – que usam níquel – estão ficando mais baratas e eficientes. Isso pode ajudar à recuperação do mercado do metal depois que os preços caíram em
meio à oferta excedente na indústria de aço inoxidável.

A Tesla Motors Inc., a maior empregadora do setor automotivo na Califórnia, está tentando fabricar carros elétricos populares com a inclusão de uma fábrica de baterias perto de Reno, Nevada. O CEO Elon Musk disse no mês passado que a Tesla também divulgaria “uma grande linha de produtos novos” no final de abril.

O uso de níquel nas baterias automotivas poderia aumentar de 30.000 toneladas por ano em 2014 para 100.000 toneladas até o final da década, de acordo com Berlin, da Norilsk. Essa projeção equivale a cerca de 5 por cento da produção mundial atual; ela também se equipara às remessas
da Norilsk enviadas à China no ano passado, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Norilsk e Vale
O níquel é utilizado principalmente na fabricação de aço inoxidável. O excesso de capacidade neste setor provocou uma queda de mais de 30 por cento nos preços do metal branco-prateado nos últimos 12 meses. A Norilsk, que era o maior produtor do mundo, controla cerca de 13 por cento do mercado depois que a brasileira Vale SA passou à sua frente no ano passado, com 700 toneladas a mais que a rival russa.

Os produtores de níquel estão de olho nos dois maiores mercados automotivos do mundo: a China, onde os responsáveis pela política econômica estão endurecendo os padrões dos combustíveis e isentando os veículos elétricos de certas restrições de trânsito; e os EUA, onde três quartos dos estados oferecem algum tipo de incentivo para os carros que não emitem poluentes.

As remessas de baterias para veículos elétricos e híbridos na América do Norte superaram pela primeira vez as 126 milhões de unidades no ano passado, de acordo com dados da Bloomberg
Intelligence. As vendas de automóveis recarregáveis quase quintuplicaram de 2011 a 2013, e a quantidade de estações de carregamento se tornou cerca de seis vezes maior.

Tesla e Toyota
A fábrica da Tesla em Reno foi projetada para mais do que dobrar a oferta mundial de baterias de íons de lítio. Enquanto isso, a Toyota Motor Corp., que produz o híbrido Prius, está usando principalmente baterias de níquel-hidreto metálico, que contêm ainda mais níquel. A fabricante japonesa disse em outubro que vendeu mais de 7 milhões de veículos híbridos desde 1997.

A produção mundial de carros elétricos deve triplicar e chegar a cerca de 700.000 unidades por ano até 2020, e os híbridos, por sua vez, vão dobrar para 5 milhões por ano, de acordo com Berlin. Embora alguns utilizem uma bateria de íons de lítio, as células à base de níquel têm a vantagem de custarem menos e serem comuns nos veículos híbridos à gasolina, disse Kevin Tynan, analista da Bloomberg Intelligence.

“O aumento potencial da penetração das baterias de níquel-hidreto metálico é possível para um conjunto muito mais amplo de veículos”, disse Tynan. Embora os consumidores tenham dificuldade para recuperar o custo premium de um automóvel movido a íons de lítio, o uso maior das baterias de níquel “parece ser o melhor equilíbrio entre o custo e a eficiência do combustível”, disse ele.

Fonte: InfoMoney

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