Corredor elétrico terá ponto de abastecimento em Jundiaí

Gongra (à esq) e Zaia (à dir): empresa tem expectativa de obter retornos financeiros com projeto a longo prazo
Foto: Elton Oliveira

Em julho, Jundiaí receberá um eletroposto para abastecimento de carros elétricos que fará parte do corredor intermunicipal criado pela CPFL Energia, empresa que detém a concessão de energia na Região. O ponto para recarga da bateria dos veículos ficará no Posto Graal, na altura do km 67 da rodovia Anhanguera (sentido Campinas).

“O corredor faz parte de um estudo que avalia o impacto do uso dos veículos elétricos na rede em rodovias e o potencial de evolução da infraestrutura de recarga no Brasil”, explicou Felipe Henrique Zaia, gerente de Inovação da CPFL Energia. Ao todo, a empresa vai investir R$ 21,2 milhões nos estudos, que devem ser concluídos em 2018. Segundo Zaia, donos de carros elétricos ou híbridos que passarem pelo posto poderão recarregar as baterias gratuitamente. “A CPFL está bancando a infraestrutura - cerca de R$ 50 mil - e a rede Graal vai assumir os custos da energia utilizada”, disse.

Ainda segundo Zaia, o projeto é uma aposta da concessionária para o futuro, quando deverá ser possível um modelo de negócio que traga, também, retornos financeiros para a empresa. “A estimativa é de que, em 2030, a frota de carros elétricos no Brasil chegue a 5 milhões, ante os atuais 1.500 existentes.” Caso essa estimativa seja concretizada, os 5 milhões de veículos elétricos corresponderão a 5% de toda a frota nacional, índice que não vai ter um grande impacto na rede. “É um aumento de consumo que a própria evolução da matriz enérgica cobre e que, por isso, não trará problema algum para o fornecimento de energia”, explicou Marcelo Gongra, coordenador de Inovação da CPFL Energia.

Os eletropostos do corredor permitirão o carregamento rápido dos veículos, reabastecendo 80% da bateria em meia hora. Neste primeiro momento, os equipamentos serão compatíveis com os carros elétricos fabricados com plug tipo 2 (Menekes), o que inclui as montadoras Renault, BYD e BMW. Até o final do ano, a companhia avalia ampliar o uso dos eletropostos para os veículos com o plug tipo 1, caso, por exemplo, dos automóveis produzidos pela Nissan e pela Mitsubishi. Os dois primeiros eletropostos serão instalados em Campinas daqui a duas semanas, adiantou Gongra. “Nossa meta é chegar a 25 pontos de abastecimento público na cidade.”

Economia - Atualmente, não há fabricação de veículos elétricos no Brasil e todos os modelos em circulação no País são importados, o que torna o investimento em um carro desses até três vezes maior do que o veículo tradicional. “Acreditamos que quando o uso estiver mais disseminado na população, o governo deverá intervir com políticas de incentivo e o preço deve baixar”, comentou Zaia.

Os estudos realizados na primeira fase do projeto mostram que o valor do quilômetro rodado de um automóvel a combustão é de aproximadamente R$ 0,19, ao passo que esse custo no veículo elétrico é de R$ 0,05, ou seja, um quarto dos gastos com carro convencional. “O principal problema do carro elétrico atualmente é a autonomia - ele faz entre 150km e 200 km, o que o torna ideal para uso urbano. Quando essa questão for resolvida, o uso desses modelos deve aumentar bastante”, comentou Gongra.

Por: Márcio Souza
Fonte: Jornal de Jundiaí

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