Importadores esperam incentivo a carro elétrico ainda neste ano

Toyota Prius 2015

A Abeifa, entidade que representa marcas de veículos importados no Brasil, mostrou nesta terça-feira otimismo em relação à aprovação, ainda neste ano, de incentivos a carros híbridos e elétricos.

Segundo o presidente da associação, Marcel Visconde, o governo tem mostrado maior “sensibilidade” em discutir a desoneração desses veículos, diante do menor risco de racionamento no país. As montadoras e os importadores cobram a redução de impostos para introduzir as novas tecnologias de propulsão no mercado brasileiro.

Em entrevista a jornalistas, Visconde disse hoje que o objetivo é reduzir tanto o imposto de importação como a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), de 35%, desse tipo de veículo.

O principal dirigente da Abeifa afirmou que espera o anúncio ainda neste ano, com efeito em 2016. “Só vamos descobrir o potencial desse mercado quando tivermos a oferta do produto”, disse o executivo.

Até agora, o incentivo do governo a motores alternativos se restringiu a cortes no imposto de importação dos carros híbridos de autogeração – aqueles não carregados na tomada, como os modelos Prius, da Toyota, e Fusion, da Ford.

Além dos veículos híbridos e elétricos, a entidade negocia com o ministério do Desenvolvimento a flexibilização das cotas de importação livre da sobretaxa de 30 pontos percentuais do IPI. Hoje, o regime automotivo estabelece a importação de, no máximo, 4,8 mil carros por ano sem o IPI extra. Mas com a queda da demanda e a forte desvalorização do real, considerada uma barreira natural a produtos importados, a Abeifa cobra uma ampliação das cotas. “Hoje, o momento é favorável para discutir isso”, disse Visconde.

Atualmente, quase todas as marcas vêm comercializando volumes inferiores ao máximo permitido pelo governo. Os importadores, porém, dizem que cotas maiores permitiriam ao setor trabalhar melhor o portfólio de produtos, com a inclusão de carros de maior escala. Hoje, as marcas preferem preencher as cotas com automóveis mais caros, nos quais têm maior rentabilidade.

“Estaríamos arrecadando mais impostos do que hoje. O governo poderia estar arrecadando mais”, afirmou Visconde, que espera, em breve, se reunir novamente com o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro.

Por: Eduardo Laguna
Fonte: Valor

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