Renault debate viabilidade de carro elétrico no Brasil

Renault ZOE

Fabricante aguarda incentivos do governo para vender em larga escala esse tipo de carro no País

Durante uma série de palestras sobre carros híbridos e elétricos no dia 29/04, em São Paulo, a Renault afirma que a tecnologia híbrida e elétrica ainda depende de incentivo governamental para a venda desse tipo de carro no Brasil. Silvia Barcik, gerente do Instituto Renault de Sustentabilidade, afirma que a alta carga tributária é o que torna a prática inviável. "Precisamos de investimentos em infraestrutura e projetos de mobilidade urbana. E isso é algo que deve partir do Governo Federal" diz ela.

Apesar das dificuldades, algumas iniciativas procuram proporcionar pequenos avanços quando o assunto é carro elétrico no Brasil. Uma delas é da CPFL, Companhia de Energia da região de Campinas (SP). "Instalamos 25 eletropostos no percurso entre São Paulo e Campinas em lugares públicos e privados. Também estamos fechando uma parceria com a rede de auto-postos rodoviários Graal para a instalação. Cada eletroposto custa cerca de R$ 50 mil reais para ser feito", diz Marcelo Gongra, gerente de transformação e inovação da CPFL Energia.

"Precisamos de estudos adaptativos para o setor elétrico brasileiro. Só assim teremos estrutura para suportar a nova tecnologia", diz Gongra. Em 2014, 855 veículos elétricos foram vendidos no Brasil, sendo que apenas 72 em 2015.

A gerente da Renault também aponta as diferenças de outros mercados e as rigorosas leis ambientais europeias. "Na Europa, o Zoe, compacto 100% elétrico da Renault, custa o preço de um Clio. Mas quem opta pelo Zoe acaba recebendo certos privilégios, como estacionamento grátis enquanto recarrega, isenção de pedágios e a opção de circular nas faixas de ônibus", diz ela.

A executiva também diz que o ideal é que o mesmo que acontece na Europa fosse ser aplicado no Brasil, onde existem seis unidades do Kangoo elétrico com a Fed Ex e mais duas com os Correios de Brasília (DF). Rodam entre 150 e 170 quilômetros a cada recarga e são capazes de percorrer 100 quilômetros gastando apenas R$ 7 de energia elétrica, afirma Barcik.

Além disso, 32 unidades do pequeno elétrico Twizy foram montadas no Brasil, dentro das instalações da usina hidrelétrica brasileira-paraguaia Itaipu, para deslocamento interno dentro do complexo localizado ao lado das Cataratas do Iguaçu. Um híbrido de carro, moto e quadriciclo, o Twizy tem apenas dois lugares, pesa 450 kg e mede 2,33 m de comprimento. Seu motor gera 20 cv, suficientes para 80 km/h de velocidade máxima. A autonomia da bateria é de 200 km.

A Renault é líder de vendas de carros elétricos no mundo e possui quatro modelos em sua linha: Twizy, Zoe, Fluence e Kangoo. Caso seja produzido em série, o protótipo Eolab deve se tornar o quinto integrante da família. Desde 2010, a marca soma 250 mil unidades vendidas com investimento de US$ 4 bilhões (R$ 13 bi, em uma conversão simples).

Fonte: Midiacon News

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